Refrações do passado e circulação midiática da memória na/a partir da série Rota 66 – A polícia que mata

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30962/ecomps.3125

Palavras-chave:

Mídia e memória, Dialogismo, Rota 66 – A polícia que mata

Resumo

O artigo busca compreender como a série Rota 66 – A polícia que mata retoma e ressignifica eventos traumáticos, considerando os modos de engendramento da memória das mídias nas mídias. Para tanto, recupera a presença da memória no pensamento bakhtiniano, cotejando-a com a questão da atualização de memórias de objetos midiáticos na narrativa examinada. Em seguida, investiga as modalidades de refração semântico-axiológica que produzem sentidos de conexão e continuidade entre passado e presente na série. Por fim, indaga sobre o lugar ocupado pela memória das/nas mídias em espaços de crítica na cultura midiática, problematizando a circulação da obra audiovisual em foco.

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Biografia do Autor

Nara Lya Cabral Scabin, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

Doutora em Ciências da Comunicação pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Universidade de São Paulo (PPGCOM-USP), com estágio pós-doutoral pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Práticas de Consumo da Escola Superior de Propaganda e Marketing (PPGCOM-ESPM). Professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PPGCOM-PUC Minas).

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Publicado

25-06-2025

Como Citar

Scabin, N. L. C. (2025). Refrações do passado e circulação midiática da memória na/a partir da série Rota 66 – A polícia que mata. E-Compós, 28. https://doi.org/10.30962/ecomps.3125

Edição

Seção

Artigos Originais