Empreendedorismo para Migrantes:
relações entre gastronomia, consumo cultural e economia criativa
DOI :
https://doi.org/10.30962/ec.1647Mots-clés :
Migração. Empreendedorismo. Consumo Cultural.Résumé
Este artigo analisa o projeto Raízes na Cozinha, desenvolvido em São Paulo em 2017 pela ONG Migraflix, a partir de observação participante, entrevistas semiestruturadas e aplicação de questionários. O projeto capacitou migrantes a se tornar empreendedores vendendo comida de seus países de origem. O objetivo do artigo é discutir a experiência por dois vieses: a análise da gastronomia como experiência cosmopolita e promoção do consumo cultural e a problematização do empreendedorismo social como meio de integração econômica à sociedade, com ênfase na economia criativa. A midiatização perpassa o projeto pois, na economia da cultura, os migrantes precisam, além de ser empresas, ser mídias de si mesmos.
Téléchargements
Références
AGIER, Michel. Borderlands: Towards an Anthropology of the Cosmopolitan Condition. Malden, MA: Polity Press, 2016.
AMARAL, Renata Maria do. Você tem fome de quê?: O jornalismo gastronômico na cultura de consumo contemporânea brasileira. Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação (E-Compós), Brasília, v.17, n.3, set./dez. 2014.
ATALA, Alex; DÓRIA, Carlos Alberto. Com unhas, dentes & cuca: prática culinária e papo- cabeça ao alcance de todos. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2008.
CAMPBELL, Colin. A ética romântica e o espírito do consumismo moderno. Rio de Janeiro: Rocco, 2001.
CASAQUI, Vander; SINATO. Angelina. Empreendedorismo social em perspectiva global: bem comum, trabalho e engajamento na retórica do capitalismo contemporâneo. Revista Eptic, São Paulo, v. 17, n. 1, p. 186-198, jan./abr. 2015.
DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. São Paulo: Boitempo, 2016.
DÓRIA, Carlos Alberto. Formação da culinária brasileira. São Paulo: Três Estrelas, 2014. FERNÁNDEZ-ARMESTO, Felipe. Comida: uma história. Rio de Janeiro: Record, 2004. FLORIDA, Richard. Cities and the creative class. New York: Routledge, 2005.
FOUCAULT, Michel. O nascimento da biopolítica. Lisboa: Edições 70, 2010.
HALL, Stuart. A centralidade da cultura: notas sobre as revoluções culturais do nosso tempo. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 22, n. 2, p. 15-46, jul./dez. 1997.
HOLZBACH, Ariane Diniz. A comida como chef de um formato televisivo: Master Chef Brasil versus Master Chef Colômbia. Comunicação, Mídia e Consumo, São Paulo, v. 14, n. 39, p. 131-151, jan./abr. 2017.
LAVINAS, Eleonora Leite Costa; REZENDE, Renata. Gastronomia midiática: reality shows e a estetização da comida na TV. Lumina, Juiz de Fora, v. 11, n. 3, p. 75-94, set./dez. 2017. MARTENS, Lydia; WARDE, Alan. Eating out: social differentiation, consumption and pleasure. Cambridge: Cambridge University Press, 2000.
MILLER, Toby. Culture + Labor = Precariat. Communication and Critical/Cultural Studies, Washington, v. 7, n. 1, p. 96-99, mar. 2010.
MILLER, Toby; AKSIKAS, Jaafar; HARNEY, Stephano. Culture Industries: critical interventions, Lateral – Journal of The Cultural Studies Association, Chicago, v. 1, n. 1, 2012.
NUSSBAUM, Martha. Education for citizenship in an Era of Global Connection, Studies in Philosophy and Education, Amsterdã, v. 21, n. 4-5, p. 289–303, 2002.
POULAIN, Jean-Pierre. Sociologias da alimentação: os comedores e o espaço social alimentar. Florianópolis: Editora da UFSC, 2004.
ROQUE, Tatiana. Subjetividades no ponto cego da esquerda. Le Monde Diplomatique Brasil, São Paulo, 3 fev. 2017. Disponível em: <https://goo.gl/xUXt6G>. Acesso em: 2 fev. 2018. SCHOLLIERS, Peter. Inovação e tradição: o novo cenário da gastronomia. In: FREEDMAN, Paul. (Org.) A história do sabor. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2009. p. 333-357.
SLATER, Don. Cultura de consumo e modernidade. São Paulo: Nobel, 2002.
SODRÉ, Muniz. A ciência do comum: notas para o método comunicacional. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.
SODRÉ, Muniz. Bios midiático. Dispositiva, Belo Horizonte, v. 2, n. 1, p. 108-110, maio/ out. 2013.
SODRÉ, Muniz. Sobre a episteme comunicacional. Matrizes, São Paulo, v. 1, n. 1, p. 15-26, out. 2017.
YÚDICE, George. A conveniência da cultura: usos da cultura na era global. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2004.
ZANFORLIN, Sofia Cavalcanti. Etnopaisajes en las metropolis brasileñas: migración, comunicación y sentimiento de pertenencia. Barcelona: Editorial UOC, 2016.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte.
Autoria
Entende-se como autor todo aquele que tenha efetivamente participado da concepção do estudo, do desenvolvimento da parte experimental, da análise e interpretação dos dados e da redação final. Ao submeter um artigo para publicação na Revista E-Compós, o autor concorda com os seguintes termos: 1. O autor mantém os direitos sobre o artigo, mas a sua publicação na revista implica, automaticamente, a cessão integral e exclusiva dos direitos autorais para a primeira edição, sem pagamento. 2. As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões da revista. 3. Após a primeira publicação, o autor tem autorização para assumir contratos adicionais, independentes da revista, para a divulgação do trabalho por outros meios (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), desde que feita a citação completa da mesma autoria e da publicação original. 4. O autor de um artigo já publicado tem permissão e é estimulado a distribuir o seu trabalho on-line, sempre com as devidas citações da primeira edição.
Conflitos de interesse e ética de pesquisa
Caso a pesquisa desenvolvida ou a publicação do artigo possam gerar dúvidas quanto a potenciais conflitos de interesse, o autor deve declarar, em nota final, que não foram omitidas quaisquer ligações a órgãos de financiamento, bem como a instituições comerciais ou políticas. Do mesmo modo, deve-se mencionar a instituição à qual o autor eventualmente esteja vinculado, ou que tenha colaborado na execução do estudo, evidenciando não haver quaisquer conflitos de interesse com o resultado ora apresentado. É também necessário informar que as entrevistas e experimentações envolvendo seres humanos obedeceram aos procedimentos éticos estabelecidos para a pesquisa científica. Os nomes e endereços informados nesta revista serão usados exclusivamente para os serviços prestados por esta publicação, não sendo disponibilizados para outras finalidades ou a terceiros. Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico consistem na licença Creative Commons Attribution 4.0 (CC BY 4.0): são permitidos o acompartilhamento (cópia e distribuição do material em qualqer meio ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado para quaisquer fins, inclusive comerciais.