Corpos pós-humanos e com deficiência em ambientes digitais
abordagens transversais a partir da hashtag #somostodosparalímpicos
DOI :
https://doi.org/10.30962/ec.1906Mots-clés :
Deficiência. Jogos Paralímpicos. Corpo. Ciborgue. Pós-humanos.Résumé
A partir da campanha #somostodosparalímpicos, da revista Vogue Brasil, discutimos dinâmicas sociopolíticas do corpo e representações do corpo com deficiência no senso comum e nas redes sociais digitais. A metodologia partiu de uma abordagem de inspiração etnográfica para análise qualitativa, com o objetivo de compreender as relações sociopolíticas da representação de corpos e a representação de pessoas com deficiência a partir de mensagens articuladas pela hashtag da campanha. Foram analisadas as articulações entre a visibilidade da deficiência e o relacionamento simbiótico entre homem e máquina nas mídias sociais no contexto dos Jogos Paralímpicos. Se, por um lado, a campanha garantiu o aumento da venda de ingressos para a Paralimpíada, por outro, minimizou a representatividade de pessoas com deficiência tendo em vista a substituição dos paratletas por atores e a hibridização com corpos supostamente belos.
Téléchargements
Références
ANDRADE, Graziela Correa de. Corpografias em dança: da experiência do corpo sensível entre a informação e a gestualidade. Belo Horizonte: Editora Scriptum, 2017.
BRASIL. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm>. Acesso em: 19 maio 2019.
BRAIDOTTI, Rosi. The Posthuman. Cambridge: Polity Press, 2013.
CAMPBELL, Fiona Kumari. Contours of Ableism: the Production of Disability and Abledness. Great Britain: Palgrave Macmillan, 2009. Disponível em: <https://www.academia.edu/18172536/Contours_of_Ableism_The_Production_of_Disability_and_Abledness_2009>. Acesso em: 19 maio 2019.
CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 2014.
D'ANDREA, Carlos. Conexões intermidiáticas entre transmissões audiovisuais e redes sociais online: possibilidades e tensionamentos. In: ENCONTRO ANUAL DA COMPÓS, 18., 2014, Belém. Anais… Belém: Universidade Federal do Pará, 2014.
D’ANDREA, Carlos. Controvérsias midiatizadas no Twitter durante transmissões televisivas ao vivo: a rede “exoesqueleto” na abertura da Copa 2014. Revista FAMECOS: Mídia, Cultura e Tecnologia, Porto Alegre, v. 23, n. 2, p. 1-21, maio/ago. 2016a.
D’ANDREA, Carlos. #vergonhabrasil: controvérsias midiatizadas no Twitter durante e após o jogo Brasil 1 x 7 Alemanha. Intercom, Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, São Paulo, v. 39, n. 3, p. 99-114, set./dez. 2016b.
GINZBURG, Carlo. Mitos, emblemas e sinais: morfologia e história. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.
GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. 4. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.
HARAWAY, Donna. Manifesto Ciborgue: Ciência, tecnologia e feminismo-socialista no final do século XX. In: HARAWAY, Donna; KUNZRU, Hari; TADEU, Tomaz. Antropologia do ciborgue: as vertigens do pós-humano. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2016.
KELL. Peter; KELL, Marilyn; PRICE, Nathan. Two games and one movement? The Paralympics and the Olympic movement. In: KELL, Peter; VIALLE, Wilma; KONZA, Deslea; VOGL, Gillian (Ed.). Learning and the learner: exploring learning for new times. Australia: Faculty of Education, University of Wollongong, 2008. Disponível em: <http://ro.uow.edu.au/edupapers/37>. Acesso em: 19 maio 2019.
MENDONÇA, Carlos Magno. Experiência e significação. In: LEAL, Bruno; MENDONÇA, Carlos Magno. Entre o sensível e o comunicacional. Belo Horizonte: Autêntica Editora. 2010. p-179-188.
MONTEIRO, Marko Synésio Alves. Os dilemas do humano: reinventando o corpo numa era (bio)tecnológica. São Paulo: Annablume, 2012.
NOVAIS, Rui Alexandre; FIGUEIREDO, Tatiane Hilgemberg. A visão bipolar do pódio: olímpicos versus paraolímpicos na mídia online do Brasil e de Portugal. Logos 33, Comunicação e Esporte, v. 17, n. 2, p. 78-89, 2010. https://doi.org/10.12957/logos.2010.861
PESSOA, Sônia Caldas. Imaginários sociodiscursivos sobre a deficiência: experiências e partilhas. Belo Horizonte: PPGCOM UFMG, 2018. (Coleção Tese). Disponível em: <http://www.seloppgcom.fafich.ufmg.br/index.php/seloppgcom/catalog/book/21>. Acesso em: 19 maio 2019.
PESSOA, Sônia Caldas; MANTOVANI, Camila Alves Campolina; COSTA, Verônica Soares da. Somos todos paralímpicos? Transversalidades entre corpos biocibernéticos e pós-humanos em redes sociais online. In: ZILLER, Joana. D’ANDREA, Carlos (Org.). Olimpíadas Rio 2016: mídia, política, humor. Belo Horizonte: PPGCOM UFMG, 2017.
RECUERO, Raquel; ZAGO, Gabriela. A Economia do Retweet: Redes, Difusão de Informações e Capital Social no Twitter. Revista Contracampo, Niterói, v. 24, n. 1, p. 19-43, jul. 2012.
ROGERS, Richard. Digital Methods for Web Research. Emerging Trends in the Social and Behavioral Sciences, p. 1-22, 2015.
ROUANET, Sergio Paulo. O homem-máquina hoje. In: NOVAES, Adauto (Org.). O homem- máquina: a ciência manipula o corpo. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
SILVA, Carla Filomena; HOWE, David P. The (In)validity of Supercrip Representation of Paralympian Athletes. Journal of Sport and Social Issues, v. 36, n. 2, p. 174-194, 2012. https://doi.org/10.1177/0193723511433865
VENTURINI, Tommaso; BOUNEGRU, Liliana; GRAY, Jonathan; ROGERS, Richard. A Reality Check(List) for Digital Methods. New Media & Society, v. 20, n. 11, nov. 2018.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte.
Autoria
Entende-se como autor todo aquele que tenha efetivamente participado da concepção do estudo, do desenvolvimento da parte experimental, da análise e interpretação dos dados e da redação final. Ao submeter um artigo para publicação na Revista E-Compós, o autor concorda com os seguintes termos: 1. O autor mantém os direitos sobre o artigo, mas a sua publicação na revista implica, automaticamente, a cessão integral e exclusiva dos direitos autorais para a primeira edição, sem pagamento. 2. As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões da revista. 3. Após a primeira publicação, o autor tem autorização para assumir contratos adicionais, independentes da revista, para a divulgação do trabalho por outros meios (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), desde que feita a citação completa da mesma autoria e da publicação original. 4. O autor de um artigo já publicado tem permissão e é estimulado a distribuir o seu trabalho on-line, sempre com as devidas citações da primeira edição.
Conflitos de interesse e ética de pesquisa
Caso a pesquisa desenvolvida ou a publicação do artigo possam gerar dúvidas quanto a potenciais conflitos de interesse, o autor deve declarar, em nota final, que não foram omitidas quaisquer ligações a órgãos de financiamento, bem como a instituições comerciais ou políticas. Do mesmo modo, deve-se mencionar a instituição à qual o autor eventualmente esteja vinculado, ou que tenha colaborado na execução do estudo, evidenciando não haver quaisquer conflitos de interesse com o resultado ora apresentado. É também necessário informar que as entrevistas e experimentações envolvendo seres humanos obedeceram aos procedimentos éticos estabelecidos para a pesquisa científica. Os nomes e endereços informados nesta revista serão usados exclusivamente para os serviços prestados por esta publicação, não sendo disponibilizados para outras finalidades ou a terceiros. Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico consistem na licença Creative Commons Attribution 4.0 (CC BY 4.0): são permitidos o acompartilhamento (cópia e distribuição do material em qualqer meio ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado para quaisquer fins, inclusive comerciais.