A televisão após a hecatombe

Auteurs-es

  • Arlindo Ribeiro Machado

DOI :

https://doi.org/10.30962/ec.484

Mots-clés :

Cinico TV, Televisão experimental, Televisão e arte, Televisão italiana

Résumé

Uma velha questão, que remonta aos tempos de Adorno, refere-se à possibilidade da televisão vir a ser um espaço de experimentação e criatividade. O programa italiano Cinico TV, de Ciprì e Maresco, dá uma resposta radical a essa pergunta. Sem fazer nenhuma concessão aos padrões institucionais e industriais da televisão, Cinico traz à cena, num preto e branco lúgubre, um mundo que parece o day after de uma hecatombe nuclear, habitado por uma galeria de personagens absurdos, um tanto escatológicos, com um sotaque siciliano e plebeu quase ininteligível, num cenário de ruínas, dejetos e prédios inacabados e abandonados. O programa é concebido como uma intervenção pirata na televisão. O artigo discute a decadência da televisão italiana e a resposta vital que lhe dá Ciprì e Maresco. Cinico TV foi uma demonstração de que a televisão pode ser outra coisa, pode arriscar-se em direção a um audiovisual de insubmissão ao gosto padronizado, um audiovisual de expressão de inquietudes não catalogadas, de modo a provar que há também vida inteligente na tela pequena.

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Publié-e

23-02-2011

Comment citer

Machado, A. R. (2011). A televisão após a hecatombe. E-Compós, 13(2). https://doi.org/10.30962/ec.484

Numéro

Rubrique

Dossiê Temático