Qual o lugar das jornalistas negras no Maranhão?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30962/ecomps.3012

Palavras-chave:

Gênero e raça, Jornalistas negras, Maranhão

Resumo

Este artigo analisa assimetrias de gênero e raça no mercado do jornalismo do Maranhão. A pesquisa está ancorada em duas técnicas de coleta dos dados: questionários com perguntas abertas e fechadas; e entrevistas com jornalistas dos dois maiores municípios maranhenses, a capital São Luís e Imperatriz. O levantamento alcançou 22 profissionais, sendo que nove participaram das entrevistas que buscaram entender sobre como as profissionais percebem o mercado de trabalho local. Os resultados apontam para a juvenilização e a precarização do trabalho. A raça, acionada ao gênero, situa as jornalistas negras em posições de menor prestígio e com carreiras menos longevas no jornalismo.

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Biografia do Autor

Leila Lima de Sousa, Universidade Federal do Maranhão, Imperatriz, Maranhão, Brasil

Doutora em Ciências da Comunicação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), com estágio doutoral na Universidade Autônoma de Barcelona. Docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e professora adjunta do curso de graduação em Jornalismo da mesma intituição. Vice-coordenadora do Grupo de Pesquisa Maria Firmina dos Reis.

Thaisa Cristina Bueno, Universidade Federal do Maranhão, Imperatriz, Maranhão, Brasil

Doutora em Comunicação pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Maranhão e professora associada no curso de graduação em Jornalismo da mesma instituição. Pesquisadora produtividade da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema).

Nayara Nascimento de Sousa, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, Ceará, Brasil

Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Ceará (UFC). Bolsista pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Integrante da Rede Brasileira de Mulheres Cientistas (RBMC).

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Publicado

18-10-2024

Como Citar

Lima de Sousa, L., Bueno, T. C., & Nascimento de Sousa, N. (2024). Qual o lugar das jornalistas negras no Maranhão?. E-Compós, 27. https://doi.org/10.30962/ecomps.3012

Edição

Seção

Artigos Originais