Cosmopoéticas da desobediência informe
leitura contra-colonial do regime da extração no catálogo Lumière
DOI :
https://doi.org/10.30962/ec.2230Mots-clés :
Lumière, Cinema mundial, Arquivo, Violência colonial, Olhar contra-colonialRésumé
Considerando o catálogo Lumière como experiência inaugural do cinema mundial, este artigo propõe uma leitura anarquívica de algumas de suas imagens. Diferenciando a operação do cinematógrafo como dispositivo cosmotécnico de arquivamento do mundo e aparelho cosmopoético de invenção de mundos, exploro as formas de inscrição da diferença no arquivo Lumière, por meio de uma arqueologia do sensível. Confronto o cinema de atrações com um olhar contra-colonial, explicitando tanto o regime da extração que enquadra a diferença quanto as linhas de fuga em que emerge uma potência cosmopoética sobrevivente, nas e entre as imagens, por meio de gestos de desobediência informe.
Téléchargements
Références
AUBERT, Michelle; SEGUIN, Jean-Claude (dir.). La production cinématographique des Frères Lumière. Paris: Centre National de la Cinématographie, 1996.
AUMONT, Jacques. O olho interminável. Trad. Eloísa Araújo Ribeiro. São Paulo: Cosac Naify, 2004.
BANCEL, Nicolas; BLANCHARD, Pascal; BOËTSCH, Gilles; DEROO, Éric; LEMAIRE, Sandrine (dir.). Zoos humains: au temps des exhibitions humaines. Paris: La Découverte, 2002.
BARTHES, Roland. Les planches de l'« Encyclopédie ». In: BARTHES, Roland. Nouveaux essais critiques. Paris: Seuil, 1972. Disponível em: http://www.ae-lib.org.ua/texts/barthes__nouveaux_essais_critiques__fr.htm#2. Acesso em 02/06/2020.
BATAILLE, Georges. Documents. Trad. João Camillo Penna, Marcelo Jacques de Moraes. Desterro [Florianópolis]: Cultura e Barbárie, 2018.
COSTA, Flávia Cesarino. O primeiro cinema. Rio de Janeiro: Azougue Editorial, 2005.
DÉOTTE, Jean-Louis. L’époque des appareils. Paris: Lignes & Manifestes, 2004.
DERRIDA, Jacques. Mal de arquivo. Trad. Claudia de Moraes Rego. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001.
DIDI-HUBERMAN, Georges. A semelhança informe: ou o gaio saber visual segundo Georges Bataille. Trad. Caio Meira, Fernando Scheib. Rev. técnica Marcelo Jacques de Moraes. Rio de Janeiro: Contraponto, 2015.
FERREIRA, Jairo. Cinema de invenção. Rio de Janeiro: Azougue Editorial, 2016.
GAUDREAULT, André. Cinématographie et attraction. Paris: CNRS, 2008.
GROO, Katherine. Bad film histories: ethnography and the early archive. Minneapolis, London: University of Minnesota Press, 2019.
GUNNING, Tom. El cine temprano como cine global: La ambición enciclopédica. Trad. Riccardo Boglione, Georgina Torello. Vivomatografías, v. 0, n. 1, p. 171–183, 2015. Disponível em: http://www.vivomatografias.com/index.php/vmfs/article/view/27. Acesso em: 02/06/2020.
HUI, Yuk. The question concerning technology in China: an essay in cosmotechnics. Fal-mouth, UK: Urbanomic, 2016.
______. Recursivity and Contingency. London, New York: Rowman & Littlefield Interna-tional, 2019.
MARGEL, Serge. Arqueologias do fantasma. Org. João Camillo Penna. Trad. Maurício Chamarelli, Anne Dias. Belo Horizonte: Relicário Edições, 2017.
MICHAUD, Philippe-Alain. Filme: por uma teoria expandida do cinema. Trad. Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Contraponto, 2014.
RIBEIRO, Marcelo R. S. Do inimaginável. Goiânia: Editora UFG, 2019.
SANOGO, Aboubakar. Lumière Brothers and Africa. TIFF Higher Learning. Palestra, 2011. Disponível em: https://www.tiff.net/the-review/aboubakar-sanogo-on-the-lumiere-brothers-and-africa/; https://www.youtube.com/watch?v=oymi18Tn6XY. Acesso em: 02/06/2020.
UZOIGWE, Godfrey N. Partilha europeia e conquista da África: apanhado geral. In: BOAHEN, Albert Adu (ed.). História geral da África, VII: África sob dominação colonial, 1880-1955. 2. ed. rev. Brasília: UNESCO, 2010, p. 21–50.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés Marcelo R. S. Ribeiro 2021
Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution - Pas de Modification 4.0 International.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte.
Autoria
Entende-se como autor todo aquele que tenha efetivamente participado da concepção do estudo, do desenvolvimento da parte experimental, da análise e interpretação dos dados e da redação final. Ao submeter um artigo para publicação na Revista E-Compós, o autor concorda com os seguintes termos: 1. O autor mantém os direitos sobre o artigo, mas a sua publicação na revista implica, automaticamente, a cessão integral e exclusiva dos direitos autorais para a primeira edição, sem pagamento. 2. As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões da revista. 3. Após a primeira publicação, o autor tem autorização para assumir contratos adicionais, independentes da revista, para a divulgação do trabalho por outros meios (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), desde que feita a citação completa da mesma autoria e da publicação original. 4. O autor de um artigo já publicado tem permissão e é estimulado a distribuir o seu trabalho on-line, sempre com as devidas citações da primeira edição.
Conflitos de interesse e ética de pesquisa
Caso a pesquisa desenvolvida ou a publicação do artigo possam gerar dúvidas quanto a potenciais conflitos de interesse, o autor deve declarar, em nota final, que não foram omitidas quaisquer ligações a órgãos de financiamento, bem como a instituições comerciais ou políticas. Do mesmo modo, deve-se mencionar a instituição à qual o autor eventualmente esteja vinculado, ou que tenha colaborado na execução do estudo, evidenciando não haver quaisquer conflitos de interesse com o resultado ora apresentado. É também necessário informar que as entrevistas e experimentações envolvendo seres humanos obedeceram aos procedimentos éticos estabelecidos para a pesquisa científica. Os nomes e endereços informados nesta revista serão usados exclusivamente para os serviços prestados por esta publicação, não sendo disponibilizados para outras finalidades ou a terceiros. Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico consistem na licença Creative Commons Attribution 4.0 (CC BY 4.0): são permitidos o acompartilhamento (cópia e distribuição do material em qualqer meio ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado para quaisquer fins, inclusive comerciais.