Babel do século XXI: do mito às mídias
DOI:
https://doi.org/10.30962/ec.285Palavras-chave:
o mito bíblico de Babel, século XXI, globalização, Nova York, Babel, filme de González Iñárritu, crise da representaçãoResumo
As imagens e os sentidos da cidade se modificam no tempo e no espaço, ligadas a contextos históricos e sociais. Nesse sentido, é que se tem dito que pensar a cidade na cultura contemporânea implica lê-la como parte integrante de um sistema comunicacional, associado ao avanço tecnológico que afeta a ordem da representação. Observa-se, entretanto, que, em tais representações nas mídias, nas artes e na literatura, recorre-se a mitos arcaicos a exemplo de Babel e sua Torre, que, desde a origem bíblica, referem-se aos fenômenos da comunicação e da cidade. Esse mito arcaico é suporte semântico que possibilita caracterizar fenômenos novos como a cidade moderna e suas derivas pós-modernas, com sua urbanidade mecânica, a atomização, o progresso, as tecnologias. Essa premissa é ponto de partida para analisar a Babel do século XXI, cenarizada e dramatizada em produtos midiáticos, que a reeditam, desde representações da destruição das Twin Towers, da babélica Nova York, até a São Paulo Fashion Week, de 2008, passando pelo filme Babel (2006), produção americana dirigida pelo mexicano González Iñárritu. Imagem da disjunção, do caos e da incomunicação, a saga de Babel aí encenada permite pôr em questão a crise da representação e dimensionar o choque de culturas, o drama multicultural, as barreiras territoriais, sociais, políticas e culturais da era da globalização.Downloads
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