Derivas do esport

tumulto teórico, privilégio epistêmico e perspectivas desde o Sul

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30962/ecomps.3010

Palavras-chave:

Game studies, Esports, Cultura digital, Cultura Gamer, Sul Global

Resumo

Este artigo debate questões relacionadas ao conceito e às histórias dos esports, mais especificamente sobre como são abordadas as atividades esportivas em videogames. A partir de três perspectivas gerais, discute-se o tumulto teórico e o privilégio epistêmico que sustenta a caracterização mais comum dos esports usada pela comunidade acadêmica. Argumenta-se que os modelos epistêmicos oriundos do Norte Global, baseados em histórias locais de movimentos profissionais e na evolução de um pequeno grupo em espaços hegemônicos, são insuficientes para dar sentido à diversidade das práticas e situações de jogos nos esports. Ao final, propõe-se uma definição que seja epistemicamente mais justa ao Sul.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Tarcízio Macedo, Universidade Federal Fluminense, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil

Pesquisador e professor associado ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal Fluminense (PPGCom, UFF), em regime de pós-doutorado financiado pelo CNPq. Doutor em Comunicação e Informação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Mestre em Comunicação, Cultura e Amazônia pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Bacharel em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela mesma instituição. Atua como pesquisador associado ao Laboratório de Pesquisa em Culturas Urbanas e Tecnologias (LabCult, UFF) e como colaborador do Laboratório de Artefatos Digitais (LAD, UFRGS) e do grupo de pesquisa em Inovação e Convergência na Comunicação (InovaCom, UFPA).

Referências

BESOMBES, N. Sport électronique, agressivité motrice et sociabilités. 2016. 640 f. Thèse (Docteur en Sciences) – Université Paris Descartes. Paris, 2016.

BOROWY, M.; JIN, D. Pioneering eSport: The Experience Economy and the Marketing of Early 1980s Arcade Gaming Contests. Int. J. Commun., v. 7, p. 1-21, 2013.

CARNEIRO, A.; FALCÃO, T. Colonialismo de dados e RPGs independentes: práticas de criadores nas plataformas digitais. Galáxia, São Paulo, v. 49, n. 1, p. 1-22, 2024.

CHIADO, M. 1983: o ano dos videogames no Brasil. São Paulo: Edição do autor, 2013.

DE PAULA, B. “Emergent countries play, too!”: The Zeebo console as a (partial) decolonial project. Contracampo, Niterói, v. 40, n. 2, p. 1-14, 2021.

FAUSTINO, D.; LIPPOLD, W. Colonialismo Digital: por uma crítica hacker-fanoniana. São Paulo: Boitempo Editorial, 2023.

FERREIRA, E. A guerra dos clones: transgressão e criatividade na aurora dos videogames no Brasil. Sessões do Imaginário, Porto Alegre, v. 22, n. 38, 72-84, 2017.

FREEMAN, G.; WOHN, D. eSports as an emerging research context at CHI: Diverse perspectives on definitions. In: CHI’17, 17., 2017, New York. Proceedings... New York: ACM, 2017, p. 1601-1608.

GUTTMANN, A. From Ritual to Record: The Nature of Modern Sports. New York: Columbia University Press, 1978.

HAMARI, J.; SJÖBLOM, M. What is eSports and why do people watch it? Internet Res., v. 27, n. 2, p. 211-232, 2017.

HUTCHINS, B. Signs of meta-change in second modernity: the growth of e-sport and the World Cyber Games. New Media Soc., v. 10, n. 6, p. 851-869, 2008.

JENNY, S. et al. Virtual(ly) Athletes: Where eSports Fit Within the Definition of “Sport”. Quest, v. 69, n. 1, p. 1-18, 2017.

JIN, D. (Ed.). Global Esports: Transformation of Cultural Perceptions of Competitive Gaming. New York: Bloomsbury Academic, 2021.

JONASSON, K. Sport Has Never Been Modern. 2013. 89 f. Dissertation (Ph.D. in Food and Nutrition) – UG. Nordenskiöldgatan, 2013.

JONASSON, K. Broadband and circuits: the place of public gaming in the history of sport. Sport Ethics Philos., v. 10, n. 1, p. 28-41, 2016.

JONASSON, K.; THIBORG, J. Electronic sport and its impact on future sport. Sport Soc., v. 13, n. 2, p. 287-299, 2010.

KUEHN, K.; CORRIGAN, T. Hope Labor: The Role of Employment Prospects in Online Social Production. The Political Economy of Communication, v. 1, n. 1, p. 9-25, 2013.

MACEDO, T. Like a Pro: Dinâmicas Sociais no e-sport. 2018. 300 f. Dissertação (Mestrado em Comunicação, Cultura e Amazônia) – UFPA. Belém, 2018.

MACEDO, T. Quem não sonhou em ser jogador de videogame? Free Fire, movimento e as mediações do esport no Brasil. 2023a. 430 f. Tese (Doutorado em Comunicação e Informação) – UFRGS. Porto Alegre, 2023.

MACEDO, T.; KURTZ, G. Quem não sonhou em ser um jogador de videogame? Colonialidade, precariedade e trabalho de esperança em Free Fire. Contracampo, Niterói, v. 40, n. 3, p. 1-23, 2021.

MESSIAS, J. et al. Projetos globais e histórias locais em Free Fire: apontamentos sobre a cena gamer de Imperatriz, no Maranhão. In: INTERCOM, 45., 2022, João Pessoa. Anais... São Paulo: Intercom, 2022, p. 1-13.

MIGNOLO, W. Historias locales/disenos globales: colonialidad, conocimientos subalternos y pensamiento fronterizo. Madrid: Akal, 2003.

MIGNOLO, W. Epistemic Disobedience, Independent Thought and Decolonial Freedom. Theory Cult. Soc., v. 26, n. 7-8, 159-181, 2009.

NASCIMENTO, Y. Dinâmicas sociais do desenvolvimento das culturas dos videogames no Brasil: o caso do Counter-Strike. 2023. 201 f. Dissertação (Mestrado) – UFRGS. Porto Alegre, 2023.

NEFF, G. Venture labor: Work and the burden of risk in innovation industries. Cambridge: MIT Press, 2012.

PAUL, C. The Toxic Meritocracy of Video Games: Why Gaming Culture Is the Worst. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2018.

PEDRAZA-RAMIREZ, I. et al. Setting the scientific stage for esports psychology: a systematic review. Int. Rev. Sport Exerc. Psychol., v. 13, n. 1, p. 319-352, 2020.

PENIX-TADSEN, P. Cultural Code: Video Games and Latin America. Cambridge: The MIT Press, 2016.

PENIX-TADSEN, P (Ed.). Video Games and the Global South. Pittsburgh: Carnegie Mellon University, 2019.

REITMAN, J. et al. Esports Research: A Literature Review. Games Cult., v. 15, n. 1, p. 32-50, 2020.

RODRIGUES, K. et al. Free fire e a diversidade configuracional dos esports: jogo comunitário e ideal de profissionalização em guildas do Maranhão. In: INTERCOM, 46., 2023, Belo Horizonte. Anais... São Paulo: Intercom, 2023, p. 1-16.

RUVALCABA, O. et al. Women’s Experiences in eSports: Gendered Differences in Peer and Spectator Feedback During Competitive Video Game Play. J. Sport Soc. Issues, v. 42, n. 4, p. 295-311, 2018.

SILVA, R. Sociabilidade e esportivização: A equipe de counter-strike da UFMG e o e-sport universitário. 2022. 181 f. Tese (Doutorado em Estudos do Lazer) – UFMG. Belo Horizonte, 2022

SUMMERLEY, R. The Development of Sports: A Comparative Analysis of the Early Institutionalization of Traditional Sports and E-Sports. Games Cult., v. 15, n. 1, p. 51-72, 2020.

TAYLOR, T. Raising the Stakes: E-Sports and the Professionalization of Computer Gaming. Cambridge: MIT Press, 2012.

TAYLOR, T. Watch Me Play: Twitch and the Rise of Game Live Streaming. Princeton: Princeton University Press, 2018.

TORNEIO Nacional Odyssey. Odyssey Aventura, São Paulo, n. 5, p. 2-7, 1984.

WAGNER, M. On the Scientific Relevance of eSport. In: THE 2006 ICOMP, 2006, Las Vegas. Proceedings... Nevada: 2006, p. 1-4.

WOHN, D.; FREEMAN, G. Live Streaming, Playing, and Money Spending Behaviors in eSports. Games Cult., London, v. 15, n. 1, p. 73-88, 2020.

Downloads

Publicado

11-07-2024

Como Citar

Macedo, T. (2024). Derivas do esport: tumulto teórico, privilégio epistêmico e perspectivas desde o Sul. E-Compós. https://doi.org/10.30962/ecomps.3010

Edição

Seção

Ahead of Print