Derivas do esport
tumulto teórico, privilégio epistêmico e perspectivas desde o Sul
DOI :
https://doi.org/10.30962/ecomps.3010Mots-clés :
Game studies, Esports, Cultura digital, Cultura Gamer, Sul GlobalRésumé
Este artigo debate questões relacionadas ao conceito e às histórias dos esports, mais especificamente sobre como são abordadas as atividades esportivas em videogames. A partir de três perspectivas gerais, discute-se o tumulto teórico e o privilégio epistêmico que sustentam a caracterização mais comum dos esports usada pela comunidade acadêmica. Argumenta-se que os modelos epistêmicos oriundos do Norte Global, baseados em histórias locais de movimentos profissionais e na evolução de um pequeno grupo em espaços hegemônicos, são insuficientes para dar sentido à diversidade das práticas e situações de jogos nos esports. Ao final, propõe-se uma definição que seja epistemicamente mais justa ao Sul.
Téléchargements
Références
BESOMBES, N. Sport électronique, agressivité motrice et sociabilités. 2016. 640 f. Thèse (Docteur en Sciences) – Université Paris Descartes, Paris, 2016.
BOROWY, M.; JIN, D. Pioneering eSport: the Experience Economy and the Marketing of Early 1980s Arcade Gaming Contests. International Journal of Communication, v. 7, p. 2254-2274, 2013.
CARNEIRO, A.; FALCÃO, T. Colonialismo de dados e RPGs independentes: práticas de criadores nas plataformas digitais. Galáxia, São Paulo, v. 49, n. 1, p. 1-22, 2024.
CHIADO, M. 1983+1984: quando os videogames chegaram. 2 ed. São Paulo: Edição do autor, 2016.
DE PAULA, B. “Emergent Countries Play, Too!”: the Zeebo Console as a (Partial) Decolonial Project. Contracampo, Niterói, v. 40, n. 2, p. 1-14, 2021.
FAUSTINO, D.; LIPPOLD, W. Colonialismo digital: por uma crítica hacker-fanoniana. São Paulo: Boitempo Editorial, 2023.
FERREIRA, E. A guerra dos clones: transgressão e criatividade na aurora dos videogames no Brasil. Sessões do Imaginário, Porto Alegre, v. 22, n. 38, 72-84, 2017.
FREEMAN, G.; WOHN, D. eSports as an Emerging Research Context at CHI: Diverse Perspectives on Definitions. In: CHI’17, 17., 2017, New York. Proceedings... Nova York: ACM, 2017. p. 1601-1608.
GUTTMANN, A. From Ritual to Record: the Nature of Modern Sports. Nova York: Columbia University Press, 1978.
HAMARI, J.; SJÖBLOM, M. What is eSports and Why do People Watch It? Internet Research, v. 27, n. 2, p. 211-232, 2017.
HEMPHILL, D. Cybersport. Journal of the Philosophy of Sport, Londres, v. 35, n. 2, p. 195-207, 2005.
HUTCHINS, B. Signs of Meta-Change in Second Modernity: the Growth of E-sport and the World Cyber Games. New Media and Society, v. 10, n. 6, p. 851-869, 2008.
JENNY, S.; MANNING, R. D.; KEIPER, M.; OLRICH, T. Virtual(ly) Athletes: Where eSports Fit Within the Definition of “Sport”. Quest, v. 69, n. 1, p. 1-18, 2017.
JIN, D. Korea’s Online Gaming Empire. Cambridge: MIT Press, 2010.
JIN, D. (Ed.). Global Esports: Transformation of Cultural Perceptions of Competitive Gaming. Nova York: Bloomsbury Academic, 2021.
JONASSON, K. Sport Has Never Been Modern. 2013. 89 f. Dissertation (Ph.D. in Food and Nutrition) – UG, Nordenskiöldgatan, 2013.
JONASSON, K. Broadband and Circuits: the Place of Public Gaming in the History of Sport. Sport Ethics and Philosophy, v. 10, n. 1, p. 28-41, 2016.
JONASSON, K.; THIBORG, J. Electronic Sport and Its Impact on Future Sport. Sport in Society, v. 13, n. 2, p. 287-299, 2010.
KUEHN, K.; CORRIGAN, T. Hope Labor: the Role of Employment Prospects in Online Social Production. The Political Economy of Communication, v. 1, n. 1, p. 9-25, 2013.
MACEDO, T. Like a Pro: dinâmicas Sociais no e-sport. 2018. 300 f. Dissertação (Mestrado em Comunicação, Cultura e Amazônia) – Universidade Federal do Pará, Belém, 2018.
MACEDO, T. Quem não sonhou em ser jogador de videogame? Free Fire, movimento e as mediações do esport no Brasil. 2023. 430 f. Tese (Doutorado em Comunicação e Informação) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2023.
MACEDO, T.; FRAGOSO, S. Esports, o esporte mais antivírus do mundo? Enquadramentos sobre a prática profissional de esports durante a pandemia de covid-19. Revista Fronteiras, São Leopoldo, v. 15, n. 1, 1-14, 2023.
MACEDO, T.; KURTZ, G. Quem não sonhou em ser um jogador de videogame? Colonialidade, precariedade e trabalho de esperança em Free Fire. Contracampo, Niterói, v. 40, n. 3, p. 1-23, 2021.
MESSIAS, J.; MOURA, C.; SOUSA, J.; PEREIRA, L.; VIANA, G.; BARROS, A. L. Projetos globais e histórias locais em Free Fire: apontamentos sobre a cena gamer de Imperatriz, no Maranhão. In: CONGRESSO BRASLEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 45., 2022, João Pessoa. Anais... São Paulo: Intercom, 2022. p. 1-13.
MIGNOLO, W. The Enduring Enchantment (or the Epistemic Privilege of Modernity and Where to go From Here). The South Atlantic Quarterly, Durham, v. 101, n. 4, p. 927-954, 2002.
MIGNOLO, W. Historias locales/disenos globales: colonialidad, conocimientos subalternos y pensamiento fronterizo. Madrid: Akal, 2003.
MIGNOLO, W. Epistemic Disobedience, Independent Thought and Decolonial Freedom. Theory Culture an Society, v. 26, n. 7-8, 159-181, 2009.
NASCIMENTO, Y. Dinâmicas sociais do desenvolvimento das culturas dos videogames no Brasil: o caso do Counter-Strike. 2023. 201 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2023.
NEFF, G. Venture labor: Work and the Burden of Risk in Innovation Industries. Cambridge: MIT Press, 2012.
PAUL, C. The Toxic Meritocracy of Video Games: Why Gaming Culture Is the Worst. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2018.
PEDRAZA-RAMIREZ, I.; RAAB, M.; LABORDE, S.; MUSCULUS, L. Setting the Scientific Stage for Esports Psychology: a Systematic Review. International Review of Sport and Exercise Psychology, v. 13, n. 1, p. 319-352, 2020.
PENIX-TADSEN, P. Cultural Code: Video Games and Latin America. Cambridge: The MIT Press, 2016.
PENIX-TADSEN, P. (Ed.). Video Games and the Global South. Pittsburgh: Carnegie Mellon University, 2019.
REITMAN, J.; WU, M.; ANDERSON-COTO, M. J.; LEE, J. S. Esports Research: a Literature Review. Games and Culture, Londres, v. 15, n. 1, p. 32-50, 2020.
RODRIGUES, K; SANTOS, J. O.; AMARAL, D.; PEREIRA, L.; MOURA, C.; LOPES, L.; ARAÚJO, A.; MENDES, K.; MESSIAS, J. Free fire e a diversidade configuracional dos esports: jogo comunitário e ideal de profissionalização em guildas do Maranhão. In: CONGRESSO BRASLEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 46., 2023, Belo Horizonte. Anais... São Paulo: Intercom, 2023. p. 1-16.
RUVALCABA, O.; SHULZE, J.; KIM, A.; BERZENSKI, S.; OTTEN, M. P. Women’s Experiences in eSports: Gendered Differences in Peer and Spectator Feedback During Competitive Video Game Play. Journal of Sport and Social Issues, v. 42, n. 4, p. 295-311, 2018.
SILVA, R. Sociabilidade e esportivização: a equipe de counter-strike da UFMG e o e-sport universitário. 2022. 181 f. Tese (Doutorado em Estudos do Lazer) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2022.
SUMMERLEY, R. The Development of Sports: a Comparative Analysis of the Early Institutionalization of Traditional Sports and E-Sports. Games and Culture, v. 15, n. 1, p. 51-72, 2020.
TAYLOR, T. Raising the Stakes: E-Sports and the Professionalization of Computer Gaming. Cambridge: MIT Press, 2012.
TAYLOR, T. Watch Me Play: Twitch and the Rise of Game Live Streaming. Princeton: Princeton University Press, 2018.
TORNEIO NACIONAL ODYSSEY. Odyssey Aventura, São Paulo, n. 5, p. 2-7, 1984.
WAGNER, M. On the Scientific Relevance of eSport. In: THE 2006 ICOMP, 2006, Las Vegas. Proceedings... Nevada: 2006. p. 1-4.
WOHN, D.; FREEMAN, G. Live Streaming, Playing, and Money Spending Behaviors in eSports. Games and Culture, Londres, v. 15, n. 1, p. 73-88, 2020.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
© Tarcízio Macedo 2025

Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution - Pas de Modification 4.0 International.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte.
Autoria
Entende-se como autor todo aquele que tenha efetivamente participado da concepção do estudo, do desenvolvimento da parte experimental, da análise e interpretação dos dados e da redação final. Ao submeter um artigo para publicação na Revista E-Compós, o autor concorda com os seguintes termos: 1. O autor mantém os direitos sobre o artigo, mas a sua publicação na revista implica, automaticamente, a cessão integral e exclusiva dos direitos autorais para a primeira edição, sem pagamento. 2. As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões da revista. 3. Após a primeira publicação, o autor tem autorização para assumir contratos adicionais, independentes da revista, para a divulgação do trabalho por outros meios (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), desde que feita a citação completa da mesma autoria e da publicação original. 4. O autor de um artigo já publicado tem permissão e é estimulado a distribuir o seu trabalho on-line, sempre com as devidas citações da primeira edição.
Conflitos de interesse e ética de pesquisa
Caso a pesquisa desenvolvida ou a publicação do artigo possam gerar dúvidas quanto a potenciais conflitos de interesse, o autor deve declarar, em nota final, que não foram omitidas quaisquer ligações a órgãos de financiamento, bem como a instituições comerciais ou políticas. Do mesmo modo, deve-se mencionar a instituição à qual o autor eventualmente esteja vinculado, ou que tenha colaborado na execução do estudo, evidenciando não haver quaisquer conflitos de interesse com o resultado ora apresentado. É também necessário informar que as entrevistas e experimentações envolvendo seres humanos obedeceram aos procedimentos éticos estabelecidos para a pesquisa científica. Os nomes e endereços informados nesta revista serão usados exclusivamente para os serviços prestados por esta publicação, não sendo disponibilizados para outras finalidades ou a terceiros. Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico consistem na licença Creative Commons Attribution 4.0 (CC BY 4.0): são permitidos o acompartilhamento (cópia e distribuição do material em qualqer meio ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado para quaisquer fins, inclusive comerciais.
