Midiatização, regulações e disrupções:

hipóteses sobre as relações entre o boato e a notícia no caso “a Bruxa de Guarujá”

Auteurs-es

DOI :

https://doi.org/10.30962/ec.1881

Mots-clés :

midiatização, circulação, disrupção, incerteza, boato, informação

Résumé

Este artigo apresenta uma hipótese sobre o caso midiático que designamos como “a Bruxa de Guarujá”, um processo sociomidiático com especificidades emergentes nas redes sócio-digitais, que culminou na forma de linchamento e morte de uma mulher inocente. Em primeiro lugar, contextualizamos o tema, a perspectiva epistemológica (a perspectiva da midiatização, especificamente sobre disrupção, regulação e adaptação em processos midiáticos) e o método (abdução como central no processo de inferências). Posteriormente, problematizamos o caso midiático em sua singularidade, numa tensão entre lógicas do boato e lógicas da informação jornalística, situada no contexto dos usos dos meios em rede por atores e instituições. Em termos de conclusão, apresentamos a hipótese (caso acadêmico) sobre o tema abordado, após um conjunto de acionamentos metodológicos que nos possibilitaram consolidar esquemas e diagramas fundamentados.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Bibliographies de l'auteur-e

Micael Behs, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo, Rio Grande do Sul, Brasil

Doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Coordenador do curso de Jornalismo e do Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades, Artes e Tecnologias na Unisinos. Professor no curso de Jornalismo da Univates, Lageado, Rio Grande do Sul, Brasil.

Jairo Ferreira, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Sao Leopoldo, Rio Grande do Sul, Brasil

Doutor pelo Programa de Pós-graduação em Informática na Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Professor Titular I do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos. Pós-doutor em comunicação pela Universidade Nacional de Rosário (Argentina).

Références

BRAGA, José Luiz. Midiatização como processo interacional de referência. In: Imagem, visibilidade e cultura midiática. Porto Alegre: Sulina, 2007. p. 141-167.

BRAGA, José Luiz. Nem rara, nem ausente: tentativa. Matrizes, São Paulo, v. 4, p. 65-81, 2010.

BRITES, Maria José; AMARAL, Ines; CATARINO, Fernando. A era das “fake news”: o digital storytelling como promotor do pensamento crítico. Journal of Digital Media & Interaction, v. 1, n. 1, p. 85-98, 2018.

CHARAUDEAU, Patrick. Discurso das mídias. São Paulo: Contexto, 2007.

CORTES, Dinis Ferreira; FERREIRA, Jairo . Une religion à double lien: médiatique et religieux? (Afipe, Bresil). Revue française des sciences de l'information et de la communication, v.13, n 13, 2018, p. 1-23, 2018b.

DARNTON, Robert. O beijo de Lamourette: mídia, cultura e revolução. São Paulo: Companhia de Bolso, 2010.

FAUSTO NETO, Antônio; SGORLA, Fabiane. Zona em construção: acesso e mobilidade da recepção na ambiência jornalística. Salvador: Compós, 2013.

FERRARA, Lucrécia D’Alessio. Comunicação, mediações, interações. São Paulo: Paulus, 2015.

FERREIRA, Jairo. Meios, dispositivos e médium: genealogia e prospecções na perspectiva da midiatização. In: FERREIRA, Jairo; ROSA, Ana Paula; BRAGA, José Luiz; FAUSTO NETO, Antônio; GOMES, Pedro Gilberto (Org.). Entre o que se diz e o que se pensa: onde está a midiatização? Santa Maria: FACOS-UFSM, 2018. p. 283-298. (v. 1).

FERREIRA, Jairo. Adaptação, disrupção e regulação em dispositivos midiáticos. Matrizes, São Paulo, v. 10, p. 135-153, 2016a.

FERREIRA, Jairo. A construção de casos sobre a midiatização e circulação como objetos de pesquisa: das lógicas às analogias para investigar a explosão das defasagens. Galáxia, São Paulo, v. 33, p. 199-213, 2016b.

FERREIRA, Jairo. Midiatização: dispositivos, processos sociais e de comunicação. E-Compós, Brasília, v. 10, p. 1-15, 2007.

FURTADO, Letícia de Souza; FRANK JÚNIOR, Wilson. O linchamento de Guarujá e a violência mimética de René Girard. Iurisprudentia: Revista da Faculdade de Direito da AJES, Juína, v. 3, n. 5, p. 107-134, 2014.

KAEFER, Cintia Miguel; FERREIRA, Jairo. A instabilidade nas interações acionando circuitos-ambientes midiáticos: o caso do goleiro Aranha e da torcedora Patrícia Moreira. Logos, Rio de Janeiro, v. 24, p. 66-93, 2017.

KAPFERER, Jean-Noël. Boatos: o meio de comunicação mais velho do mundo. Lisboa: Publicações Europa-América, 1987.

SEIBT, Tais. Jornalismo de verificação como tipo ideal: a prática de fact-checking no Brasil. 2019. 265 f. Tese (Doutorado em Comunicação) – Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2019.

VERÓN, Eliseo. Teoria da midiatização: uma perspectiva semioantropológica e algumas de suas consequências. Matrizes, São Paulo, v. 8, n. 1, p. 13-19, jan./jun. 2014.

______.. Fragmentos de um tecido. São Leopoldo: Editora Unisinos, 2004.

______. La semiosis social, 2: ideas, momentos, interpretantes. Buenos Aires: Paidós, 2013.

WARDLE, Claire. Information disorder: Toward an interdisciplinary framework for research and policy making. Strasbourg: Council of Europe, 2017.

Téléchargements

Publié-e

28-06-2020

Comment citer

Behs, M., & Ferreira, J. (2020). Midiatização, regulações e disrupções:: hipóteses sobre as relações entre o boato e a notícia no caso “a Bruxa de Guarujá”. E-Compós, 23. https://doi.org/10.30962/ec.1881

Numéro

Rubrique

Artigos Originais