Blade (1998) e novas tendências
uma análise do filme como pioneiro em algumas reconfigurações e desconstruções
DOI :
https://doi.org/10.30962/ecomps.3009Mots-clés :
Blade, Super-Herói, Vampiro, Cinema, Histórias em QuadrinhosRésumé
O presente artigo busca promover uma análise de Blade (1998). A produção reconfigura o imaginário clássico da figura do vampiro de vilão para super-herói, ao mesmo tempo em que se torna ponto de partida para a tendência de transposições fílmicas de histórias em quadrinhos na atualidade. Essa dupla função servirá, sobretudo, para demonstrar a relevância do filme no cenário hollywoodiano contemporâneo. Nesse sentido, percebemos que a obra também dialoga com um importante debate sobre questões raciais e possibilita abordar esse viés e demonstrar uma desconstrução de um imaginário hegemônico de homem branco (como vampiro e como super-herói) para um protagonista na pele de um homem negro.
Téléchargements
Références
AGAMBEN, G. Profanações. São Paulo: Boitempo, 2007.
ALMEIDA S. Racismo estrutural. São Paulo: Pólen, 2019.
AUERBACH, N. Our Vampires, Ourselves. Chicago: University of Chicago Press, 1995.
BAUMAN, Z. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
BENTO, C. M. O pacto da branquitude. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.
BOLTER, J.; GRUSIN, R. Remediation: Understanding New Media. Cambridge: MIT Press, 2000.
BORDWELL, D.; CARROLL, N. (Orgs.). Post-Theory: Reconstructing Film Studies. Wisconsin: University of Wisconsin Press, 1996.
BRÉSIO, S. P. Nas trilhas do herói: histórias em quadrinhos e itinerários de construção. 176 f. 2016. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016.
BUTLER, J. Os atos performativos e a constituição do gênero: um ensaio sobre fenomenologia e teoria feminista. Caderno de Leituras, Chão da Feira, n. 78, p. 1-16, 2018.
CAMPBELL, J. O herói de mil faces. São Paulo: Editora Cultrix, 1989.
COLLINS, P. H.; BILGE, S. Interseccionalidade. São Paulo: Boitempo, 2020.
CRENSHAW, K. A interseccionalidade na discriminação de raça e gênero. In: V.V.A.A. Painel 7 – Cruzamento: raça e gênero. Brasília: UNIFEM, 2004. p. 7-16. Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br/mod/resource/view.php?id=2295749&forceview=1>. Acesso em: 5 ago. 2024.
ELSAESSER, T.; HAGENER, M. Teoria do cinema: uma introdução através dos sentidos. Campinas: Papirus, 2018.
FELINTO, E. Passeando no labirinto: ensaios sobre as tecnologias e as materialidades da comunicação. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2006.
______. He Had No Reflection: vampirismo, percepção e as imagens técnicas. Revista Alceu, v. 10, n. 20, p. 137-147, jan.-jun. 2010.
FANON, F. Os condenados da terra. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968.
FOUCAULT, M. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.
______. Vigiar e Punir: Nascimento da Prisão. Petrópolis: Editora Vozes, 1999.
FREUD, S. O estranho (1919). In: FREUD, S. História de uma neurose infantil. Rio de Janeiro: Imago, 1996. p. 233-270.
GARCIA, Y. Drácula, o vampiro camaleônico. Embu-Guaçu: Lumen et Virtus, 2014.
______. Constructing the Vampire Myth in Cinema: a Short Analysis of Nosferatu (1922), Dracula (1931) and Dracula (1958). Bulletin of the Transilvania Unversity of Brasov, v. 14, n. 63, Special Issue, p. 115-128, 2021a. (Philology and Cultural Studies.)
______. Transposições fílmicas de histórias em quadrinhos: uma teorização da relação entre duas linguagens. Aniki: Revista Portuguesa da Imagem em Movimento, v. 8, n. 2, p. 71-101, 2021b.
______. Comic Books in Silver Screens: um mapeamento das transposições de HQs no cinema hollywoodiano. Comunicação & Informação, Goiânia, v. 26, p. 115-139, 2023.
______.; LIMA, E. A. Mulher Maravilha e Capitã Marvel: a representação da protagonista feminina no universo cinematográfico das HQs. Revista GEMInIS, v. 12, n. 1, p. 116-133, 2021.
______.; ______.; LOPES, L. A real presença em Wakanda: Pantera Negra e a representatividade na indústria cinematográfica. In: DAVINO, G.; BELLICIERI, F. (Orgs.). Roteiro X: the X-Script. São Paulo: Pomello Digital, 2020. p. 165-176.
GELDER, K. Reading the Vampire. Londres: Routledge, 2001.
GIBSON, M. Dracula and the Eastern Question: British and French Vampire Narratives of the Nineteenth-Century Near East. Londres: Palgrave Macmillan, 2006.
GONZALEZ, L. O movimento negro na última década. In: GONZALEZ, L.; HASENBALG, C. Lugar de negro. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1982. p. 9-66.
______. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Revista Ciências Sociais Hoje, Anpocs, on-line, p. 223-244, 1984.
______. A categoria político-cultural de amefricanidade. Revista de Estudos e Pesquisas sobre as Américas, on-line, v. 15, n. 1, p. 66-89, 2021.
GONZÁLEZ CASANOVA, P. Colonialismo interno (una redefinición). In: BORON, A.; AMADEO, J.; GONZÁLEZ, S. (Orgs.). La teoría marxista hoy. Buenos Aires: CLACSO, 2006. p. 431-458.
GORDON, I. Comic Strips and Consumer Culture: 1890-1945. Washington: Smithsonian Institution Press, 1998.
GUMBRECHT, H. U. Produção de presença: o que o sentido não consegue transmitir. Rio de Janeiro: Contraponto; PUC-Rio, 2010.
HASSLER-FORREST, D. Capitalist Superheroes: Caped Crusaders in the Neoliberal Age. Washington: Zero Books, 2012.
HOOKS, B. Anseios: raça, gênero e políticas culturais. São Paulo: Elefante, 2019.
JUNG, C. G. Os arquétipos e o inconsciente coletivo. Rio de Janeiro: Vozes, 2018.
KANAI, A.; GILL, R. Woke? Affect, Neoliberalism, Marginalised Identities and Consumer Culture. New Formations: a Journal of Culture/Theory/Politics, n. 102, p. 10-27, 2020.
KILOMBA, G. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.
KITTLER, F. Literature/Media/Information Systems. Organização de John Johnston. Amsterdam: Overseas Publishers Association, 1997.
______. Dracula’s Legacy. In: KITTLER, F. Literature/Media/Information Systems. Organização de John Johnston. Amsterdam: Overseas Publishers Association, 1997. p. 50-84.
LE FANU, J. S. Carmilla. In: COSTELLO-SULLIVAN, K (Org.). Carmilla: by Joseph Sheridan Le Fanu – a Critical Edition Edited. Nova York: Syracuse University Press, [1872] 2013. p. 3-96.
LECOUTEUX, C. História dos vampiros: autópsia de um mito. São Paulo: UNESP, 2005.
LEPORE, J. A história secreta da Mulher Maravilha. Rio de Janeiro: Best Seller, 2017.
MARX, K. O capital. Rio de Janeiro: Zahar, 1967.
MBEMBE, A. Crítica da razão negra. Lisboa: Antígona Editores Refratários, 2014.
______. Necropolítica: biopoder soberania estado de exceção política da morte. Arte & Ensaios, n. 32, p. 123-151, dez. 2016.
MCLUHAN, H. M. Os meios de comunicação como extensões do homem. São Paulo: Cultrix, 2007.
MESSIAS, J. A construção da figura do herói nos mangás e comics: uma análise comparativa entre samurais e super-heróis. 102 f. 2012. Dissertação (Mestrado em Comunicação) –Faculdade de Comunicação Social, Centro de Educação e Humanidades, Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2012.
MOREIRA, A. Racismo recreativo. São Paulo: Pólen, 2019.
MURDOCK, M. The Heroine’s Journey: Woman’s Quest for Wholeness. Boulder, Colorado: Shambhala, 2020.
O’BRIEN, H. Action Movies: the Cinema of Striking Back. Nova York: Wallflower Press Book, 2012.
ORMROD, J. Wonder Woman: the Female Body and Popular Culture. Londres: Bloomsbury Academic, 2020.
PARIKKA, J. What is Media Archeology?. Cambridge: Polity Press, 2012.
PEREIRA, V. A. Comunicação na era pós-mídia: tecnologia, mente, corpo e pesquisas neuromidiáticas. Porto Alegre: Sulina, 2021.
POLIDORI, J. W. The Vampyre and Other Tales of the Macabre. Oxford: Oxford University Press, 2008. (Oxford World’s Classics.)
RIBEIRO, D. O que é lugar de fala?. Belo Horizonte: Letramento, 2017.
RHODES, G. D. Drakulahalála (1921): the Cinema’s First Dracula. Horror Studies, on-line, n. 1, p. 25-47, 2010.
SÁ, O. Bauman: o lugar da literatura, na modernidade líquida. Revista FronteiraZ, São Paulo, n. 13, p. 109-119, dez. 2014.
SÁ, S. P. Explorações da noção de materialidade da comunicação. Contracampo – Revista do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal Fluminense, on-line, v. 10, n. 11, p. 31-44, 2004.
SODRÉ, M. Por um conceito de minoria. In: PAIVA, R.; BARBALHO, A. (Orgs.). Comunicação e cultura das minorias. São Paulo: Paulus, 2005. p. 11-14.
______. Pensar nagô. Petrópolis: Vozes, 2017.
STOKER, B. Drácula. Porto Alegre: L&PM, [1987] 2011.
TINE, S. The Problem of Woke Capitalism. In: MCMANUS, M. (Ed.). Liberalism and Socialism: Mortal Enemies or Embittered Kin?. Londres: Palgrave Macmillan Cham, 2021. p. 217-232. (Palgrave Studies in Classical Liberalism.)
TUCHERMAN, I. Breve história do corpo e de seus monstros. Lisboa: Editora Vega, 1999.
VOGLER, C. A jornada do escritor: estruturas míticas para escritores. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006.
Imagens em movimento
BATMAN e Robin. Direção de Joel Schumacher. Estados Unidos: Warner Bros, 1997. 1 DVD (2h5min). Som, cor.
BLACK Panther. Direção de Ryan Coogler. Estados Unidos: Marvel Studios, 2018. 1 DVD (2h14min). Som, cor.
BLACULA. Direção de William Crain. Estados Unidos: American International Pictures (AIP), 1972. 1 DVD (1h33min). Som, cor.
BLADE. Direção de Stephen Norrington. Estados Unidos: New Line Cinema, 1998. 1 DVD (2h). Som, cor.
BLADE II. Direção de Guillermo del Toro. Estados Unidos: New Line Cinema, 2002. 1 DVD (1h57min). Som, cor.
BLADE Trinity. Direção de David S. Goyer. Estados Unidos: New Line Cinema, 2004. 1 DVD (1h53min). Som, cor.
DEATH Machine. Direção de Stephen Norrington. Reino Unido: Entertainment Film Distributors, 1994. 1 DVD (1h34min). Som, cor.
DRACULA Untold. Direção de Gary Shore. Estados Unidos: Universal Pictures, 2014. 1 DVD (1h32 min). Som, cor.
GANJA & Hess. Direção de Bill Gunn. Estados Unidos: Kelly/Jordan Enterprises, 1973. 1 DVD (1h52min). Som, cor.
INTERVIEW with the Vampire. Direção de Neil Jordan. Estados Unidos: Geffen Pictures, 1994. 1 DVD (2h3min). Som, cor.
SPAWN. Direção de Mark A. Z. Dippé. Estados Unidos: New Line Cinema, 1997. 1 DVD (1h36min). Som, cor.
SPIDER-MAN. Direção de Sam Raimi. Estados Unidos: Columbia Pictures, 2002. 1 DVD (2h1min). Som, cor.
STEEL. Direção de Kenneth Johnson. Estados Unidos: Warner Bros, 1997. 1 DVD (1h37min). Som, cor.
THE Lost Boys. Direção de Joel Schumacher. Estados Unidos: Warner Bros, 1987. 1 DVD (1h37min). Som, cor.
UNDERWORLD. Direção de Les Wiseman. Estados Unidos: Lakeshore Entertainment, 2003.1 DVD (2h1min). Som, cor.
UNDERWORLD: Evolution. Direção de Les Wiseman. Estados Unidos: Lakeshore Entertainment, 2006. 1 DVD (1h46min). Som, cor.
UNDERWORLD: Rise of the Lycans. Direção de Patrick Tatopoulos. Estados Unidos: Lakeshore Entertainment, 2009. 1 DVD (1h32min). Som, cor.
UNDERWORLD: Awakening. Direção de Måns Mårlind e Björn Stein. Estados Unidos: Lakeshore Entertainment, 2012. 1 DVD (1h28min). Som, cor.
UNDERWORLD: Blood Wars. Direção de Anna Foerster. Estados Unidos: Lakeshore Entertainment, 2016. 1 DVD (1h31min). Som, cor.
X-MEN. Direção de Bryan Singer. Estados Unidos: Twentieth Century Fox, 2000. 1 DVD (1h44min). Som, cor.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés Yuri Garcia 2024
Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution - Pas de Modification 4.0 International.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte.
Autoria
Entende-se como autor todo aquele que tenha efetivamente participado da concepção do estudo, do desenvolvimento da parte experimental, da análise e interpretação dos dados e da redação final. Ao submeter um artigo para publicação na Revista E-Compós, o autor concorda com os seguintes termos: 1. O autor mantém os direitos sobre o artigo, mas a sua publicação na revista implica, automaticamente, a cessão integral e exclusiva dos direitos autorais para a primeira edição, sem pagamento. 2. As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões da revista. 3. Após a primeira publicação, o autor tem autorização para assumir contratos adicionais, independentes da revista, para a divulgação do trabalho por outros meios (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), desde que feita a citação completa da mesma autoria e da publicação original. 4. O autor de um artigo já publicado tem permissão e é estimulado a distribuir o seu trabalho on-line, sempre com as devidas citações da primeira edição.
Conflitos de interesse e ética de pesquisa
Caso a pesquisa desenvolvida ou a publicação do artigo possam gerar dúvidas quanto a potenciais conflitos de interesse, o autor deve declarar, em nota final, que não foram omitidas quaisquer ligações a órgãos de financiamento, bem como a instituições comerciais ou políticas. Do mesmo modo, deve-se mencionar a instituição à qual o autor eventualmente esteja vinculado, ou que tenha colaborado na execução do estudo, evidenciando não haver quaisquer conflitos de interesse com o resultado ora apresentado. É também necessário informar que as entrevistas e experimentações envolvendo seres humanos obedeceram aos procedimentos éticos estabelecidos para a pesquisa científica. Os nomes e endereços informados nesta revista serão usados exclusivamente para os serviços prestados por esta publicação, não sendo disponibilizados para outras finalidades ou a terceiros. Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico consistem na licença Creative Commons Attribution 4.0 (CC BY 4.0): são permitidos o acompartilhamento (cópia e distribuição do material em qualqer meio ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado para quaisquer fins, inclusive comerciais.
