Há sempre uma imagem que falta:

o dispositivo mnemônico de Rithy Panh

Auteurs-es

  • Roberta Veiga Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

DOI :

https://doi.org/10.30962/ec.2125

Mots-clés :

Cinema. Dispositivo de rememoração. Trauma. Testemunho. Rithy Panh

Résumé

Nesse artigo, tomamos o filme A imagem que falta (2013) como dispositivo mnemônico que permite ao cineasta, Rithy Panh, reconstruir sua experiência do genocídio cambojano, através das lembranças e da falta delas. Ao empenhar-se no testemunho de um tempo de terror vivido coletivamente, Panh coloca o passado em elaboração através das imagens – seja de arquivos ou dos bonecos filmados -  e alcança ainda duas questões ligadas ao cinema: por um lado, a insuficiência do mesmo frente ao processo do trauma, e, por outro, sua potência política na reparação de um dano social. Entre as singularidades dessa potência está o modo com a infância lembrada no filme se revela como resistência.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Biographie de l'auteur-e

Roberta Veiga, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

Doutora em Comunicação Social pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade Federal de Minas Gerais. Professora do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal de Minas Gerais e Programa de Pós-Graduação em Comunicação da mesma instituição. Editora da Revista Devires - Cinema e Humanidades.

Références

AGAMBEN, G. Infância e história. Destruição da experiência e origem da história. Tradução: Henrique Burigo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005.

ANTELME, R. L’espèce humaine. Paris: Gallimard, 1957.

BAZIN, André. O cinema: ensaios. São Paulo: Editora Brasiliense, 1991.

BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas vol. I: Magia e técnica, arte e política. São Paulo: Brasiliense, 1994.

BOHLEBER, Werner. Recordação, trauma e memória coletiva: a luta pela recordação em psicanálise. Revista Brasileira de Psicanálise, v. 41, n. 1, 2007.

BUCK-MORSS, S. Dialética do olhar: Walter Benjamin e o projeto das Passagens. Tradução: Ana Luiza de Andrade. Belo Horizonte: Editora UFMG; Chapecó: Editora Universitária Argos, 2002.

COMOLLI, Jean-Louis. A última dança: como ser espectador de Memory of the camps? Revista Devires – Cinema e Humanidades, v. 3, n. 1, 2006.

DIDI-HUBERMAN, Georges. Diante do tempo: história da arte e anacronismo das imagens. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2015.

ENDO, Paulo. Pensamento como margem, lacuna e falta: memória, trauma, luto e esquecimento. Revista USP, n. 98, jun./jul./ago., 2013.

ENSEIRECH, Pierre. A imagem que falta: contra a negatividade. In: FLORES, Luís Felipe e MAIA, Carla (Orgs). O cinema de Rithy Panh. São Paulo; Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil; Ministério da Cultura, 2013.

FLORES, Luís Felipe e MAIA, Carla (Orgs.). O cinema de Rithy Panh. São Paulo; Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil; Ministério da Cultura, 2013.

GAGNEBIN, Jean-Marie. Limiar, aura e rememoração: ensaios sobre Walter Benjamin. São Paulo: Editora 34, 2014.

KEHL, Maria Rita. Tortura e sintoma social. In: TALES, E.; SAFATLE, V. (Orgs.). O que resta da ditadura: a exceção brasileira. São Paulo: Boitempo, 2010.

RILKE, Rainer Maria. Cartas do poeta sobre a vida. São Paulo: Martins, 2007.

SILEGMANN-SILVA, Márcio. Narrar o trauma. A questão dos testemunhos de catástrofes históricas. Revista Psicologia Clínica, v. 20, n. 1, 2008.

VEIGA, Roberta. Já visto jamais visto: um filme de filmes ou o devir memória. Crítica Cultural – Critic, Palhoça, SC, v. 10, n. 1, p. 87-96, jan./jun. 2015.

Téléchargements

Publié-e

13-10-2021

Comment citer

Veiga, R. (2021). Há sempre uma imagem que falta: : o dispositivo mnemônico de Rithy Panh. E-Compós, 24. https://doi.org/10.30962/ec.2125

Numéro

Rubrique

Artigos Originais