Em face do mal
notas sobre Duch, o mestre das forjas do inferno
DOI :
https://doi.org/10.30962/ecomps.3060Mots-clés :
Duch, Khmer Vermelho, Rithy PanhRésumé
O artigo apresenta as aproximações filosóficas entre as figuras de Eichmann, a partir dos relatos de Arendt, e Duch, a partir das pesquisas de arquivo e das filmagens concebidas por Panh. É o conceito da banalidade do mal que apresentamos na primeira parte do ensaio, buscando apontar as questões de um modus operandi que atravessa esses dois perpetradores na maquinação dos respectivos extermínios que participaram. Na segunda parte, o texto se dedica à análise do documentário Duch, o mestre das forjas do inferno, refletindo sobre como esse gesto fílmico se torna um modo de revelar os segredos do perpetrador do Khmer Vermelho, por meio do trabalho da montagem junto aos arquivos da destruição.
Téléchargements
Références
AGAMBEN, G. O que resta de Auschwitz. São Paulo: Boitempo, 2008.
ARENDT, H. A vida do espírito. São Paulo: Record, 2022.
ARENDT, H. Du mensonge à la violence. Paris: Presses-Pocket, 1989a.
ARENDT, H. Eichmann em Jerusalém, um relato sobre a banalidade do mal. São Paulo: Cia das letras, 1999.
ARENDT, H. Homens em tempos sombrios. São Paulo: Cia das Letras, 2008.
ARENDT, H. Origens do totalitarismo. São Paulo: Cia das Letras, 1989b.
BENJAMIN, W. Origem do drama barroco alemão. São Paulo: Brasiliense, 1984.
BUTLER, J. Caminhos divergentes. São Paulo: Boitempo, 2017.
COMOLLI, J. -L. Como filmar o inimigo? In: COMOLLI, J. -L. Ver e poder. Belo Horizonte: Ed. da UFMG, 2008.
COMOLLI, J.-L. Mon ennemi préféré. Images documentaires, 23, pp. 45-56, 1995.
COMOLLI, J.-L.; MESQUITA, C.; DE QUEIROZ, R. C. Não pensar o outro, mas pensar o que o outro me pensa. Duas entrevistas com Jean-Louis Comolli. 2022. Disponível em: https://encr.pw/Ehvwj.
D'ALLONNES, M. R. Ce que l'homme fait à l'homme. Paris: Seuil, 1995.
DIDI-HUBERMAN, G. Ninfa dolorosa. Paris: Gallimard, 2019.
EKCHAJZER, F.; PANH, R. Duch, le bourreau khmer que ni regrette rien. Telerama, 2011.
FARGE, A. O sabor do arquivo. São Paulo: Edusp, 2009.
FAYE, J.-P. Introdução às linguagens totalitárias. São Paulo: Perspectiva, 2009.
HARTOG, F. Regimes de historicidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2014.
ITO, T. O testemunho do inimigo. Significação, v. 46, n. 51, p. 96-113, 2019.
KLEMPERER, V. LTI – a língua do terceiro Reich. Rio de Janeiro: Contraponto, 2009.
KUPER, L. The Prevention of Genocide. New Haven: Yale University Press, 1985.
LEANDRO, A. A história na primeira pessoa: em torno do método de Rithy Panh. E-Compós, v. 19, p. 1-15, 2016.
______. Um arquivista no Camboja. In: MAIA, C.; FLORES, L. (Orgs.). O cinema de Rithy Panh, p. 185-197. Rio de Janeiro: CCBB e M. da Cultura, 2013.
LESSA FILHO, R; VIEIRA, F. Entre o Perdão e o Testemunho: Vann Nath e as imagens reminiscentes do genocídio cambojano. Revista FAMECOS, [S. l.], v. 30, n. 1, p. 1-17, 2023.
______. Perante o rosto violado: o Mugshot de Bophana e a tragédia do Camboja. MATRIZes, v. 16, n. 2, p. 239-260, 2022.
PANH, R. Meu projeto excede o de um cineasta. Entrevista a N. Bauche e D. Martinez. In: MAIA, C.; FLORES, L. (Orgs.). O cinema de Rithy Panh, Rio de Janeiro: CCBB e M. da Cultura, 2013. p. 235-247.
PAHN, R.; BATAILLE, C. La eliminación. Barcelona: Anagrama, 2013.
______. La paix avec les morts. Paris: Grasset, 2020.
REMAUD, O. La langue des temps sombres. Diogène, n. 189, p. 14-29, 2000.
SCHOLEM, G. Fidélité et Utopie. Paris: Calmann-Lévy, 1978.
SELIGMANN-SILVA, M. O local do testemunho. Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 2, n. 1, p. 3–20, 2010.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés Ricardo Lessa Filho, Frederico Vieira 2025

Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution - Pas de Modification 4.0 International.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte.
Autoria
Entende-se como autor todo aquele que tenha efetivamente participado da concepção do estudo, do desenvolvimento da parte experimental, da análise e interpretação dos dados e da redação final. Ao submeter um artigo para publicação na Revista E-Compós, o autor concorda com os seguintes termos: 1. O autor mantém os direitos sobre o artigo, mas a sua publicação na revista implica, automaticamente, a cessão integral e exclusiva dos direitos autorais para a primeira edição, sem pagamento. 2. As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões da revista. 3. Após a primeira publicação, o autor tem autorização para assumir contratos adicionais, independentes da revista, para a divulgação do trabalho por outros meios (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), desde que feita a citação completa da mesma autoria e da publicação original. 4. O autor de um artigo já publicado tem permissão e é estimulado a distribuir o seu trabalho on-line, sempre com as devidas citações da primeira edição.
Conflitos de interesse e ética de pesquisa
Caso a pesquisa desenvolvida ou a publicação do artigo possam gerar dúvidas quanto a potenciais conflitos de interesse, o autor deve declarar, em nota final, que não foram omitidas quaisquer ligações a órgãos de financiamento, bem como a instituições comerciais ou políticas. Do mesmo modo, deve-se mencionar a instituição à qual o autor eventualmente esteja vinculado, ou que tenha colaborado na execução do estudo, evidenciando não haver quaisquer conflitos de interesse com o resultado ora apresentado. É também necessário informar que as entrevistas e experimentações envolvendo seres humanos obedeceram aos procedimentos éticos estabelecidos para a pesquisa científica. Os nomes e endereços informados nesta revista serão usados exclusivamente para os serviços prestados por esta publicação, não sendo disponibilizados para outras finalidades ou a terceiros. Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico consistem na licença Creative Commons Attribution 4.0 (CC BY 4.0): são permitidos o acompartilhamento (cópia e distribuição do material em qualqer meio ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado para quaisquer fins, inclusive comerciais.